Historicamente, em nossa sociedade baseada em conceitos patriarcais, o “ser mãe”, o “ser feminina” e o “ser mulher” se apresentam de maneira amalgamadas, fusionadas, apesar dos anos de luta em busca de estabelecer identidades distintas em cada uma dessas funções.

A pandemia da COVID-19 traz uma crise sanitária, uma crise econômica e uma crise das desigualdades de gênero. As Mulheres precisam exercer o trabalho ou “home office”, as tarefas domésticas, as tarefas da maternidade e, também, equilibrar-se nas angústias e incertezas que o atual momento demanda.

Recomendações para “quarentena saudável”, “quarentena feliz”, “gratidão em tempos de quarentena”, “produtividade na quarentena” são recebidas diariamente em grupos de Whatsapp e Redes sociais. Além de aulas online, alimentação rigorosamente saudável, atividade física, não uso de telas pelas crianças ou rotinas familiares. Todas essas recomendações precisam ser encaradas como possibilidades, nunca como tarefas a serem executadas. A cobrança pessoal pela execução de tantas demandas pode ser causadora de frustrações.

Não se trata de certo ou errado, trata-se do que faz sentido para a singularidade de cada mulher. Por serem recomendações massificadas; nós, como mulheres, precisamos nos conectar com o próprio EU e compreender o que faz sentido para nossa família e para nossa realidade.

Dra. Mariana Brayner
Médica Psiquiatra – CREMESE: 5601
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