Contracepção em Paciente Oncológica
Anualmente, milhares de mulheres em idade reprodutiva são diagnosticadas com câncer.
Tratamentos de câncer, como a quimioterapia, representam riscos para a fertilidade futura, mas não necessariamente impedem a chance de gravidez. Apesar da baixa incidência nesta população, existe significativa morbidade relacionada à teratogenicidade fetal. Nota-se com isso que mulheres com câncer têm necessidades reprodutivas únicas e a seleção do método contraceptivo pode ser difícil.
Contraceptivos hormonais comumente usados na população geral podem estar associados a riscos mais elevados nestas mulheres, incluindo sangramento não programado e tromboembolismo venoso com o uso de estrogênio.
No caso de pacientes com diagnóstico de câncer de mama, todos os métodos hormonais estão contraindicados, independente da via de administração, incluindo injetáveis, anel vaginal, implantes e DIU com levonorgestrel. A alternativa, neste caso, é o DIU de cobre, que é um método eficaz e reversível. A laqueadura também pode ser uma opção, porém é um método definitivo.
Para outros tipos de tumores, como câncer de colo uterino, vulva, vagina e ovários não há contraindicação a qualquer método contraceptivo. Ainda assim, é muito importante conversar com um especialista para certificar-se qual é a melhor opção.
As mulheres com câncer de colo de útero devem ficar atentas ao uso do DIU (tanto o de cobre como o de levonorgestrel) uma vez que, a região fica extremamente sensível com o tratamento local quando realizado radioterapia pélvica, com alto risco de sangramento.
Em casos de pacientes com tumores hepáticos, o uso de contraceptivos hormonais também deve ter atenção redobrada, uma vez que a metabolização dessas substâncias se dá no fígado.
Paciente com leucemias, linfomas e melanomas não tem contraindicações para uso de métodos contraceptivos, exceto em fases mais avançadas das doenças para as quais faltam estudos conclusivos em relação aos métodos hormonais.
Devemos ter em mente que a mulher em idade fértil, no contexto oncológico, deve buscar atendimento especializado para realizar uma anticoncepção adequada para seguir tranquilamente com seu tratamento.
Dra. Christine Alem
Mastologista e Ginecologista – CRM-SP 124445
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