DIU de Cobre e proteção contra o câncer.
A cada dia, mais e mais mulheres buscam contracepção. O dia-a-dia atarefado, faculdade, pós-graduações, trabalho, realizações pessoais: estamos adiando cada vez mais o momento de conceber um filho, pelas transformações que este bebê traz consigo para a vida da futura mamãe. Com o advento da internet, notícias circulam em tempo real, e ficamos sabendo dos fatos assim que eles ocorrem. Foi o caso do anticoncepcional hormonal. Com a globalização da informação, os efeitos colaterais e complicações advindas do uso de anticoncepcionais chegaram ao conhecimento das usuárias em larga escala, o que fez com que muitas buscassem apoio na contracepção não hormonal de alta eficácia.
O DIU (Dispositivo Intrauterino) de cobre se apresenta para estas mulheres como uma excelente opção. Traz consigo poucas contraindicações ( virgindade, miomas que deformem a cavidade do útero, sangramentos anormais de causa desconhecida, presença de infecção pélvica, múltiplos parceiros), além de raros e contornáveis efeitos colaterais ( aumento do fluxo menstrual no período de adaptação de 6 meses, além de dor pélvica, que pode durar até 3 meses). Pode ser utilizado por mulheres que nunca engravidaram, ou por aquelas que já tiveram filhos. E hoje está mais prático ainda, pois com a variedade de modelos de DIU de cobre, podemos adaptar a escolha ao perfil de paciente (no que diz respeito às dimensões do útero, ao tempo que pretende manter a contracepção, à presença ou não de fluxo aumentado, etc).
De acordo com INCA 2019 (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de colo do útero acomete 17,11 a cada 100mil mulheres por ano no Brasil, com 530 mil casos novos por ano em todo o mundo. Os contraceptivos orais combinados podem levar a alterações cervicais, facilitando a ação de carcinógenos. Além disso, presença de HPV de alto risco pode apresentar evolução desfavorável na vigência do uso de contraceptivos orais combinados (COC), com aumento do risco de câncer do colo do útero. Acredita-se que os estrogênios e os progestogênios presentes nos COC atuam no DNA do HPV, desencadeando estímulos sobre a carcinogênese cervical. O preservativo masculino oferece boa proteção contra agentes sexualmente transmissíveis, mas possui taxa de falha maior em relação a outros métodos.
Estudos atuais mostram que o risco de câncer cervical é menor entre as mulheres usuárias do DIU de cobre. Sugere-se que este método induza o aumento da imunidade celular associada ao processo inflamatório secundário ao trauma provocado pela inserção do DIU. Sugere-se também, que tanto a inserção quanto a retirada do DIU de cobre possam ser responsáveis pela remoção mecânica de lesões precursoras de câncer cervical.
Dra. Rebecca Spinelli
Ginecologista e Obstetra
CRM – PE 16283
(81)3465-3442